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Série de mensagens nos livros de Reis e Crônicas

Ao longo da história da humanidade as esperanças de um futuro melhor geralmente estiveram associadas a algum projeto político. Um novo rei, um novo império, uma nova nação, um novo regime político e econômico, a implementação de uma nova filosofia. Os sonhos de um mundo melhor e de uma vida diferente estavam, assim, condicionados ao sucesso daquele projeto. E por ele seus adeptos estavam dispostos a fazer qualquer sacrifício. Guerras, revoluções, lutas diversas. 

Infelizmente, depois de todo sangue e suor derramado, o paraíso não vinha. A esperança dava lugar à frustração. Os sonhos morriam no cemitério da realidade. Até que um novo projeto se apresentasse, atraindo novamente as aspirações de um novo mundo. 

Este ciclo continua em vigor na sociedade atual. Continuamos atrelando nossas expectativas e esperanças a projetos políticos que nos prometem muito e nos entregam pouco. E às vezes não entregam nada. Muitos continuam dispostos a qualquer sacrifício em prol deste ou daquele projeto. E estão preparados para lutar até ao fim contra quem pensar diferente ou se colocar no caminho deles. Outros já não tem qualquer esperança. Estão cansados, desanimados e sem qualquer perspectiva de futuro.

Os livros de Reis e Crônicas retratam um cenário muito semelhante. São quatro livros que descrevem a realidade política do povo de Israel durante aproximadamente 500 anos, entre os anos 1.000 a 536 antes de Cristo. Reis, rainhas, generais, guerras, crises, líderes religiosos são os personagens principais dessa história. O que aconteceu com o povo de Israel após esses cinco séculos? Fracasso. Esses livros nos contam a história de como uma grande nação se tornou um pequeno povo que não tinha mais sequer o direito de morar na sua terra. 

Mas os livros de Reis e Crônicas não estão interessados em apenas descrever o que aconteceu. Eles não são meramente um resumo histórico do aconteceu. Eles estão preocupados com o povo de Deus no presente. Eles olham para trás procurando responder duas perguntas principais. Primeiro, por que isso aconteceu com o povo de Deus? Segundo, como viveremos agora que perdemos a nossa autonomia política e militar? 

E para responder essas duas questões os livros reinterpretam a história do povo, percebendo que nunca foi sobre política, governo, exército, economia, diplomacia internacional ou capacidade de gestão. Sempre foi sobre fidelidade a Deus. Esses quatro livros ensinam que antes de serem o reino de Israel, eles eram o reino de Deus. O verdadeiro rei não estava sentado no palácio. 

Ao mesmo tempo, isso significava que o chamado de Deus para eles continuava em vigor. Eles foram chamados a serem uma nação de adoradores do verdadeiro Deus. E isso não dependia de política interna ou externa, nem deste ou daquele rei. Dependia apenas da disposição do coração deles. Um coração quebrantado e contrito diante do Senhor, uma vida de fidelidade à Palavra de Deus.

Note-se que é exatamente no contexto histórico dos livros de Reis e Crônicas que se insere a atuação dos principais profetas de Israel como Isaías, Jeremias, Oséias, Amós, Miquéias, Sofonias, Naum, Habacuque, e muitos outros conhecidos e desconhecidos. Através deles percebemos que a despeito das oscilações da nação, a palavra de Deus continuou viva, lembrando o povo a necessidade de arrependimento, conversão e mudança de vida. Deus não enviava profetas para inspirar o povo politicamente, mas para adverti-los sobre a sua condição espiritual – que por sinal, estava abaixo do mínimo aceitável. 

Dessa forma, Reis e Crônicas nos falam sobre a nossa identidade como o povo de Deus. CIDADÃOS DO REINO é um conjunto de mensagens que quer nos lembrar a partir desses livros os princípios espirituais contidos nas palavras de Jesus “O meu Reino não é deste mundo” (João 18.36). Nos fazer refletir o que significa termos um rei e ele ser o “Rei dos Reis e Senhor dos Senhores” (Apocalipse 19.16), aquele que pelo seu sangue nos constituiu reino e sacerdotes para Deus (Apocalipse 1.5-6) e pela graça nos tornou “geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus” (1 Pedro 2.9). 

Nossa oração e desejo é que as ministrações desta nova série possam reavivar em nossa mente e coração o sentido pleno de sermos povo de Deus neste mundo. Para vivermos nossa vida em conformidade com nossa identidade espiritual. Para não nos perdermos diante da confusão deste mundo, nem sermos arrastados pelas ilusões políticas, ideológicas, culturais, econômicas e religiosas. Para colocarmos nossa esperança naquele que é fiel e poderoso para cumprir suas promessas. 

Sempre aos domingos, a partir do dia 08 de maio, nos cultos das 10h e das 19h30min, com transmissão ao vivo pelo YouTube e disponível durante a semana no formato Podcast nos principais agregadores. Participe e compartilhe.

Em oração,

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