- Que Celebramos neste dia 31 de outubro de 2022 os 505 anos do movimento conhecido como reforma protestante. A reforma foi um movimento espiritual de renovação do cristianismo.
- Seus precursores atuaram nos séculos 14 e 15 na Inglaterra e em outras partes da Europa. Entre eles estão John Wycliff, Jonh Huss e Jerônimo Savonarola, que ficaram conhecidos como pré-reformadores.
- O movimento eclodiu para valer com Martinho Lutero na Alemanha a partir de 1517, logo se espalhando para a Suíça, Holanda, Escócia e toda Europa, sob a liderança de João Calvino, Teodoro Beza, Jonh Knox, Martin Bucer, Filipe Melâncton, e muitos outros.
- Houve também uma importante participação feminina no movimento, através da atuação de mulheres como Marie Dentière, Catherine Zell, Árgula von Grumbach, Margarida de Navarra, entre outras.
- Como indica o nome, o objetivo da reforma era “reformar” a Igreja Católica Apostólica Romana, a partir das Escrituras.
- Não era um movimento contra os católicos, mas de reforma espiritual da Igreja. Não era sobre pessoas, mas sobre a igreja como organização e organismo espiritual. Todavia, como a liderança do catolicismo romano não aceitou se reformar, alguns cristãos e igrejas se desligaram do catolicismo, passando a serem conhecidos como protestantes, ou seja, os cristãos que protestam contra tudo aquilo que na igreja contraria a Palavra de Deus.
- E ao contrário de muitos que atualmente criticam a Igreja e rompem com ela, os reformadores deixaram o catolicismo romano, mas não desistiram da Igreja. Nesse sentido, eles buscaram se organizar em comunidades cristãs que tinham como base o evangelho conforme revelado nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento. Assim nasceram as Igrejas protestantes.
- O movimento iniciado na Europa se expandiu para as Américas e depois para todo o mundo. Com o tempo as igrejas protestantes passaram a ser conhecidas como Igrejas evangélicas.
- E hoje, infelizmente, o mesmo protesto que os líderes reformadores fizeram no passado pode ser dirigido às próprias igrejas e lideranças evangélicas, pelo menos algumas delas.
- Igrejas em que obediência aos líderes religiosos é mais importante que obediência a Jesus Cristo. Igrejas em que os líderes se apresentam com ungidos intocáveis, e não como servos do povo. Igrejas que falam de vários assuntos no culto, menos do evangelho. Igrejas em que os cultos estão para mais shows e espetáculos, onde as sensações e emoções humanas são mais importantes que o anúncio do relacionamento com Deus em Jesus.
- Igrejas que acrescentam ao evangelho regras, mandamentos e tradições, exigindo dos seus membros mais do que a Palavra de Deus. Igrejas que são plataforma de manipulação baseada no medo, na ganância e na culpa.
- O diabo, os seus pecados, o seu dinheiro e (nos últimos tempos, o seu voto) são os assuntos preferidos nessas pregações.
- Portanto, a reforma não é um ponto de chegada, mas um ponto de partida. Ela nos ofereceu um parâmetro, um critério pelo qual continuamente devemos avaliar a realidade das nossas igrejas, do cristianismo que praticamos, da nossa espiritualidade, do nosso relacionamento com Deus.
- Não foi um rompimento total com os 1.500 anos de cristianismo anteriores, e sim, o estabelecimento de um filtro, através do qual toda a tradição da igreja deveria ser examinada. E o mesmo filtro continua sendo válido para as igrejas, tradições e doutrinas atuais.
É o critério da Palavra. A Escritura é a nossa regra de fé e prática. Somente cremos naquilo que está na Palavra. Nossas doutrinas, nosso culto, nossas pregações e nossa vida cristã precisam estar fundamentada na Palavra. Aquilo que contraria a Palavra, por mais interessante que seja, deve ser abandonado.
Não é que não existam coisas boas e de Deus fora da Palavra. Elas existem, mas não fazemos teologia com base nelas. Elas não podem ser regra para nossas nossas vidas. E tudo de bom que encontramos na natureza, na sociedade e na cultura deve ser examinado a partir da Escritura antes de se tornar matéria de fé e parte do culto.
E a partir das Escrituras os reformadores extraíram outros princípios considerados centrais para a fé cristã. São eles:
Somente a Graça de Deus – não há salvação baseada em esforço humano, ainda que seja o esforço moral e religioso.
Somente pela fé – o que nos faz experimentar a graça de Deus não são nem boas obras, nem rituais religiosos. Somente a fé: crer e confiar no evangelho.
Somente Jesus Cristo – O evangelho revelado nas Escrituras nos apresenta um único caminho para Deus. Jesus, o filho de Deus, que foi morto, mas ressuscitou. Ele é o único cabeça da Igreja, o único o nome através do qual podemos experimentar salvação. Ele é A igreja não salva. Os pastores e líderes não salvam. Você mesmo não se salva. Somos salvos somente pela graça através da fé em Jesus. Ele é o único mediador entre Deus e os homens e não precisamos de outros.
Somente a glória de Deus – A finalidade de cada culto é a glória de Deus. Que o nome dele seja louvado. Honrado. Adorado. Pastores e líderes são apenas coadjuvantes. O protagonista é o Senhor, ele não divide a sua glória com ninguém.
Sacerdócio universal – Todo cristão é um sacerdote, porque todo cristão tem a liberdade e o privilégio de pela mediação de Jesus falar com Deus, e adentrar o trono da graça de Deus. Todo cristão tem responsabilidade individual e intransferível diante de Deus de cuidar da sua fé e da sua vida espiritual. Todo cristão tem a missão e capacidade através do Espírito Santo de ser ministro de Deus na vida de outras pessoas, sendo instrumento para que a Palavra de Deus chegue a todos os que estão ao seu redor.
Esse é o legado da reforma protestante para o cristianismo até hoje. Que continuemos a filtrar pela Palavra de Deus o cristianismo que praticamos. Que abandonemos as tradições, doutrinas e práticas que não são bíblicas. Que renovemos a nossa espiritualidade pela ação do Espírito Santo.
Porque o único cristianismo que importa é o que for bíblico. A única Igreja que importa é a que for bíblica. O único Jesus que nos salva é aquele que está revelado na Escritura. O que passar disso é religiosidade sem valor, que para nada serve, a não ser para ser jogada fora.
Pense sobre isso e Deus te abençoe.